No Quarto- Desenho de Guilherme de Faria, no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo
No meu quarto sou senhora, sou rainha
Reinando sobre coisas camufladas
Que pouco têm a haver com a minha vinha
E tudo com outras almas tão amadas...
Um tecido, uma cadeira, fita ou laço
Uma poltrona ou um retalho de cetim,
Podem dos mortos conter o melhor traço
Tanto quanto este soneto tem de mim.
E eu vago deslizando minha mão
Pela pele hipersensível disso tudo
Tateando o que de mim devolverão
Pois neste território insuspeitado
De colóquio sutil sereno e mudo
Meu próprio coração está plasmado.
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