quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Vinha Perdida (de Alma Welt)


 
 
A Vinha Perdida (de Alma Welt)

Tudo é inútil, há muito já sei disso,
E trabalho de acordo com a ilusão,
Me cercando de vinhedos de feitiço
Enquanto os tonéis dormem no porão.

Não mexo mais um dedo pra render
Pois quero ver o mato tomar tudo
Também a hera à fachada se prender
E o Tempo imperar solene e mudo...

“Estás louca, precisas te internar!”
“Teu pai era um artista e segurou!”
Diz Matilde, a cabeça a abanar...

“Mas, ele se foi...” – respondo eu.
“Quê pode me importar o que ficou
Se a vinha era real... e esvaneceu.”

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