Quero morrer encostada num barranco
Feito a mendiga de uma estória,
Com o olho arregalado muito branco,
O constelado céu olhando, em glória.
Se tiver neve, melhor, se não, lama.
Melhor relva e flores pequeninas;
O barranco, espaldar da minha cama,
E a colcha só de cardos e boninas.
Incorrigível fantasista do singelo,
No fundo espero só o merecido:
Um horizonte de livros meus no prelo.
E o sonho de que ao divisar meu rosto
Um viandante se ponha comovido
Antes que o nosso sol se tenha posto...
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