Não me verei envelhecida no cristal
De um espelho cruel ou lisonjeiro,
As faces consumidas por inteiro
Ou com leve rubor, mas desigual,
Manchada pelo tempo ou derretida
Como cera de uma derradeira vela
A mal tremeluzir-me estarrecida,
Vendo a vida já passada na janela
Como vulto patético de outrora,
Um pensamento, um sonho desmentido
Ou que somente chegou fora de hora.
Não, não me verei senão assim:
Jovem para sempre, o prometido
Pelo qual pagarei com o meu fim...
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