segunda-feira, 9 de maio de 2011

Póstuma (de Alma Welt)

Não saber o que será feito de mim
É uma dúvida voraz que me consome,
Pois em arte não vivi senão na fome,
Saciada serei eu depois do fim?

Dizem que a poesia em si se basta,
Que mais quer o jogral ou menestrel?
Manter a alma jovem e sempre casta,
Cantar como cigarra... no papel.

Mas bá! vaidade, orgulho, natureza!
Queria olhar um povo de leitores
Suspirando de pena ou de beleza

Pela musa fiel que houvera sido,
Patética, febril, cheia de dores
Por votada ao Verso ter nascido...

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