Não pedirei mais que este verão
Às forças que decretam meu destino
Mas pretendo estar a postos no portão
Quando ouvir o som do violino
Aquele de soluços, de Verlaine
Que anuncia a chegada do Outono,
Já pedindo à alma que hiberne,
Quase pedindo já meu abandono.
Mas muitos me verão cantar, dançar,
Subir à mesa e pôr a saia na cabeça,
Tão certo que me venha a envergonhar...
E se não tomar um porre santo
É para que a alma não se esqueça
Do quanto amei a vida... quanto, quanto!
Nota
"Aquele de soluços de Verlaine"- Alma se refere ao poema de Paul Verlaine que começa assim: "Les sanglots longs des violons de l'automne / Blessent mon coeur d'une langueur monotone..."
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