"Não estamos nunca prontos, acabados,
E somos obra aberta pra retoques",
Dizia, remexendo os seus guardados,
Minha avó nos seus típicos enfoques.
E eu ficava imaginando o meu pintor
A pintar-me numa tela com esmero
Sem atingir o fim, e em desespero
Destruindo-me afinal por puro amor.
E dei-me conta de que Deus é o Artista
Que envelhece e mata por capricho
O modelo, quanto mais Sua mão insista.
E sorri, como a própria Monalisa
Cujo sorriso era tão somente o início
Da gargalhada a vir, e que ela avisa...
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10/05/2018
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