Nau - litografia de Guilherme de Faria
Nau de mim (de Alma Welt)
Vivi como princesa e nem quis sê-lo,
Venerada por ser bela, quê vergonha!...
Num mundo desigual e em desmantelo
Eu tinha meu diário e minha fronha...
Dos meus tempos, cá não foram nada feios,
Não terei jamais direito de queixar-me...
Ri, cantei, dancei, amei, dei os meus seios
Para os lábios daquele a quem quis dar-me.
Quê importa ser tão branca, rubros lábios!
Como vermelhos são estes meus cabelos
Não desmentidos sequer pelos meus pelos!
Aplicada meditei, li e escrevi;
Meus versos me guiaram, astrolábios
De uma nau de mim em que me vi...
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