segunda-feira, 7 de abril de 2014

O peixe ensaboado (de Alma Welt)

Aquarela de Guilherme de Faria
 

O peixe ensaboado (de Alma Welt)

Se não cri também não blasfemei
E mantive o meu decoro ante o sagrado
Dom da Vida, que esta tanto amei
Quanto a Morte me tem horrorizado.

Até aqui fui comum, nada de novo;
Certamente não fui muito original
Nesse medo que mal inibe o povo
Mas que atormenta tanto o Ser mental.

Jamais estarei pronta para ir-me,
Mas deixa que eu aqui me desabafe,
E como peixe ensaboado fique firme.


Não renego um só passo do percurso,
"Rien de rien" como cantou Piaf,
Que à vida me agarro como um urso...

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