
O Bilhete (1974)- Litografia de Guilherme de Faria
O Bilhete (de Alma Welt)
Me recordo, e isso é surpreendente,
Na minha infância um fato corriqueiro,
Um bilhete entregue à Mutti, de repente,
Trazido pelas mãos de um mensageiro
Que montado esperou ele e o alazão
Do qual o pobre nem sequer se apeou
Para beber um copo d’água ou chimarrão
E bem depressa no seu rastro retornou...
De Matilde, que a entrega fez de perto
O olhar foi na verdade o que guardei,
Pois que era pra mim um livro aberto,
E a certeza malgrado ingênua fosse
De que ali se transgredia alguma lei
Que proíbe que um rosto se remoce...
Nenhum comentário:
Postar um comentário