Pelos amores que quis ou que vivi
Nos dias e nas noites estreladas,
Em apelos à lua e às amadas
Estrelas cujas luzes recebi;
Pelo dom que assim me fora dado
Quando erguida nos braços de meu Vati
Fui consagrada como ser predestinado
A ser um ser de luzes, mesmo um Vate;
Pelas doces coisas que me deram
Aqueles que tão logo rodearam
A guria que em contentar se esmeram,
Mimada, servida, tão louvada...
E a alguns que até me bajularam
Como se princesa fora... OBRIGADA!
16/01/2007
Nota
Descobri nesta madrugada este sugestivo e comovente soneto de minha irmã, que ao mesmo tempo que reflete seu reconhecimento pelos privilégios de sua vida, soa como uma despedida, sim, um agradecimento final de quem está prestes a sair de cena, o que ocorreria quatro dias depois, no fatídico 20/01/2007. E novamente chorei... (Lucia Welt)
Este espaço é destinado às diversas séries de sonetos da poetisa gaúcha Alma Welt, que, mais genéricas, não se enquadrem nos outros blogs da poetisa, de séries mais específicas, como os eróticos, os metafísicos, etc. (vide lista de seus blogs)
quarta-feira, 18 de junho de 2008
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Altas horas (de Alma Welt)
Altas horas, o sono interrompido
Pelas batidas do relógio pendular
De meu avô, o boche pouco lido
Que o instalou na sala de jantar
Para ser um marco ou referência
De sua passagem tão austera
Por este casarão e sua esfera:
O vinhedo, o pomar e a querência...
Então eu me levanto e saio nua
Quando estamos do verão no suadouro
Ou de camisola, menos crua,
Para ir ao mundo dos meus livros
Pousados nas estantes, logradouro
Dos mortos que permanecem vivos.
17/12/2006
Pelas batidas do relógio pendular
De meu avô, o boche pouco lido
Que o instalou na sala de jantar
Para ser um marco ou referência
De sua passagem tão austera
Por este casarão e sua esfera:
O vinhedo, o pomar e a querência...
Então eu me levanto e saio nua
Quando estamos do verão no suadouro
Ou de camisola, menos crua,
Para ir ao mundo dos meus livros
Pousados nas estantes, logradouro
Dos mortos que permanecem vivos.
17/12/2006
domingo, 15 de junho de 2008
De sonhos e de vinhos (Alma Welt)
Os sonhos dos meus antepassados
Perpassam os meus sonhos, eu percebo,
E nem por isso são sobressaltados
E assim posso amá-los e os recebo
Densos, encorpados, como o vinho
Que nos legaram em torno ao casarão
E sob os meus pés, que os adivinho
Dormitando mansos no porão.
E quando vêm à mesa entre risos
E o tilintar dos brindes e desejos
Trazem lágrimas de amor por entre beijos
Que estalam nos lábios como guizos
De uma canção herdada dos avós
Ou de um só coração dentro de nós...
17/08/2006
Perpassam os meus sonhos, eu percebo,
E nem por isso são sobressaltados
E assim posso amá-los e os recebo
Densos, encorpados, como o vinho
Que nos legaram em torno ao casarão
E sob os meus pés, que os adivinho
Dormitando mansos no porão.
E quando vêm à mesa entre risos
E o tilintar dos brindes e desejos
Trazem lágrimas de amor por entre beijos
Que estalam nos lábios como guizos
De uma canção herdada dos avós
Ou de um só coração dentro de nós...
17/08/2006
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