Maternidade- o/s/t de Guilherme de Faria, 1991-2021, 80x63,05cm
Maternidades (de Alma Welt)
Numa bela tela do pintor me vejo
Amamentando o filho que não tive,
E perdoo a ele a dor que não contive,
Ao perceber-lhe a sugestão e o ensejo.
Não, não fui mãe, faltou-me a completude
Que tentei suprir com meus sonetos
E textos que são filhos que pude
E que, pela falsa rima, não dão netos.
Resta-me então o soberano orgulho
Da artista prolífica e fecunda
A semear a solidão, tão mais profunda.
E a tantas como eu, consolo ou não,
Um empurrãozinho pro mergulho
Nas ricas águas do próprio coração...
.
22/05/2021
Numa bela tela do pintor me vejo
Amamentando o filho que não tive,
E perdoo a ele a dor que não contive,
Ao perceber-lhe a sugestão e o ensejo.
Não, não fui mãe, faltou-me a completude
Que tentei suprir com meus sonetos
E textos que são filhos que pude
E que, pela falsa rima, não dão netos.
Resta-me então o soberano orgulho
Da artista prolífica e fecunda
A semear a solidão, tão mais profunda.
E a tantas como eu, consolo ou não,
Um empurrãozinho pro mergulho
Nas ricas águas do próprio coração...
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22/05/2021
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