Das intempéries estamos à mercê
Na frágil embarcação fazendo água,
E a lançar sinais no ar, que ninguém vê,
A trocar a nossa fé por pura mágoa.
"O quê que é isso, Alma? Não blasfemes!
A perda da esperança leva à morte,
Não da carne mesma, se é o que temes
Mas da alma, condenando a sua sorte"...
Assim disse meu anjo de asas brancas,
Imenso e claro velando sobre mim
Quando eu já tinha a água pelas ancas.
Então logo sacudi meu desespero
Como um cão, do focinho ao duplo rim,
Pois sobrava da vaidade aquele esmero...
.
11/04/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário