
"Verão" - lito de Guilherme de Faria
É verão e me ponho negligente,
Toda nua, em volúpia, sem pudor,
Para que me veja toda a gente
No soneto, em graça e sem suor.
Sim, porque nas quadras e tercetos
Tudo posso e sou mais verdadeira,
Não em motéis, por certo, mas motetos
Em que me permito a bandalheira.
E me ponho assim anti-Narciso,
Que, ao contrário, pois, almejo Eco
Mas torno-me em flor se for preciso...
Então, leitor, voyeur, de mim disponha
Enquanto destes versos só me cerco
Tornada flor de pedra sobre a fronha...
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