Quê esperei da vida senão Arte
E amor, para mim a mesma coisa?
Deus em mim, em nós e em toda parte:
Welt, Mundo, Santos, Souza, Soiza.
Tudo a respirar o mesmo amor!
Que é a única razão de haver vida,
Que sem ele é só luta e dissabor
E um penar de dor e pura lida...
Então não perdi tempo no lazer
Nem procurei jamais me divertir,
Que é sentido menor de se viver.
Mas êxtase, desejo, até delírios,
Ardência do agora, não porvir,
E os beijos da alma, como lírios...
Este espaço é destinado às diversas séries de sonetos da poetisa gaúcha Alma Welt, que, mais genéricas, não se enquadrem nos outros blogs da poetisa, de séries mais específicas, como os eróticos, os metafísicos, etc. (vide lista de seus blogs)
segunda-feira, 13 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
A Árvore da Inocência (de Alma Welt)
Não me fiz de rogada ao meu amor,
Que hipócrita não fui jamais na vida.
Junto à árvore encontrei-o com ardor
No pomar de nossa infância decidida...
Todavia não descarto a inocência
De tão extremo gesto, e de tão puro.
Não aceitei jamais o dedo duro
Que nos apontaram sem clemência.
Do pomo não sentimos nem o cheiro
Pois dele não havia ainda a semente
Como àquele par de irmãos primeiro
No horto ancestral da Mãe Natura
Que não precisaria da serpente:
Amor ali havia em forma pura...
Que hipócrita não fui jamais na vida.
Junto à árvore encontrei-o com ardor
No pomar de nossa infância decidida...
Todavia não descarto a inocência
De tão extremo gesto, e de tão puro.
Não aceitei jamais o dedo duro
Que nos apontaram sem clemência.
Do pomo não sentimos nem o cheiro
Pois dele não havia ainda a semente
Como àquele par de irmãos primeiro
No horto ancestral da Mãe Natura
Que não precisaria da serpente:
Amor ali havia em forma pura...
sábado, 4 de junho de 2011
O Ramalhete (de Alma Welt)
Como um grande buquê ou ramalhete
A primavera não nos vem por certo
Com lisonjas d’um cartão ou só bilhete...
Mas que admirador, temos, secreto!
Cada dia vivido é um presente
E é mais fácil nos pegar surpresos
Sem mesmo merecê-lo, simplesmente,
Nós que temos mesmo rabos presos...
Quanto a mim, pra não restar suspeita,
Recebo do dia a honraria
Como se tivera eu boa receita
Do melhor viver, correto e digno
E com falsa modéstia me persigno
Quando aquele aplauso me anuncia...
A primavera não nos vem por certo
Com lisonjas d’um cartão ou só bilhete...
Mas que admirador, temos, secreto!
Cada dia vivido é um presente
E é mais fácil nos pegar surpresos
Sem mesmo merecê-lo, simplesmente,
Nós que temos mesmo rabos presos...
Quanto a mim, pra não restar suspeita,
Recebo do dia a honraria
Como se tivera eu boa receita
Do melhor viver, correto e digno
E com falsa modéstia me persigno
Quando aquele aplauso me anuncia...
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