Encontrei o meu amor pelas estradas
E o fiz entrar no meu jardim.
Plantei-o entre as flores mais amadas
E esperei ele florir como o jasmim
Que de noite faz sentir o seu perfume
E me faz descer da minha mansarda
Atravessando o casarão quase sem lume
Pra não despertar a quem me guarda.
E assim, à luz da lua alcoviteira,
Que delícias me são oferecidas!
Outras tantas perscruto sorrateira...
Então, ó sol, eu peço: não me peças
Abandonar as minhas noites proibidas
Onde o meu jasmim reina às avessas...
05/11/2004
Nota
Acabo de encontrar na arca da Alma este encantador soneto de sabor quase popular, com um declarado tom de malícia ingênua, e como sempre, com velada conotação alegórica relativa ao amor proibido da Alma pelo nosso irmão Rodo, com quem ela se encontrava de noite, no jardim no verão, descendo da mansarda que era o quarto dele, na época mais proibida e vigiada desse amor, quando nossa mãe,"a guarda", era viva.(Lucia Welt)
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