
Judith e Holofernes- de Artemísia Gentileschi 1593-1653
Eu e Holofernes (de Alma Welt)
Duplamente perderá sua cabeça,
Que perdida já estava na luxúria;
Do sono que adveio, fundo à beça,
A Assur não voltará, desta Betúlia...
Pobre comandante, frágil ser
Diante dos encantos de mulher;
Volúpia que o leva a assim morrer,
Dissipação e perda que se quer...
Sua fronte, na cidade sitiada,
Para sempre ficará depois do cerco,
Que afinal transpôs a paliçada...
Minha mão a sustém pelos cabelos
Com orgulho, que por minha vez me perco,
Sem mais minhas carícias e desvelos...
"Ao encontro de Holofernes"- litografia de Guilherme de Faria, dos anos 70, à qual a Alma dedicou o seu soneto.
Ao encontro de Holofernes (de Alma Welt)
Ao Guilherme de Faria e sua lito "Ao encontro de Holofernes"
Atravessando o campo semeado
Da cruel safra futura que se avista
Na forma de barracas de soldado
Dispostos à matança e à conquista,
Com a ama entrou na tenda principal,
Aquela mais sombria, mais sinistra
Que ela então sabia ser do General,
A Besta da Betúlia, ali, à vista.
Só estrelas ouviram seus suspiros,
Na entrevista fatal com esta Lillith,
Que só se tem com ela... e os vampiros.
Pois ainda na calada dessa noite
Viu-se a sombra furtiva de Judith
De volta com seu prêmio de pernoite...
(sem data)