quarta-feira, 7 de outubro de 2020

A Quiromante (de Alma Welt)

Uma peona rude aqui da estância
Instou-me a ler nas mãos a sorte sua
Pois me imaginava desde a infância
Como quem preza tal arte ou a cultua.

Logo pensei desmentir tal fantasia
Ou demonstrar seu ledo engano,
Pois se de fato possuo algum arcano
É meu mistério suficiente de Poesia.

Mas diante de um inútil arrazoado,
Lendo palma que quase nada encerra
E onde mal se distinguia o seu traçado,

Uma onda de insólita ternura
Diante da bela e tosca criatura
Me fez beijar suas mãos sujas de terra...
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07/10/2020

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