segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Meu Mito (de Alma Welt)


 De mim mesma ousei fazer meu avatar...
“Que dizes?”- se espantam os mais céticos,
A tal modéstia sempre prontos a cobrar
Com seu ares e pundonores éticos...

“Não vês que passarás por cabotina,
Cantando a ti própria e no deserto,
Ou bancando tua própria cafetina
Sem sequer cliente algum que chegue perto?”

A tão banais vulgaridades eu diria:
“A modéstia da mentira é o apanágio
E das almas a suprema hipocrisia...”

Erigi em mim meu Mito verso a verso,
E tive que evitar meu próprio plágio
De tanto que amei meu universo...
 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O Balanço (de Alma Welt)

Estou pensando seriamente em ir embora,
Na verdade nada mais tenho a dizer.
Minha passagem termina aqui e agora
Tanto no conviver como escrever...

Bah! A vida consiste em teimosia
E é tudo o que tem a ensinar:
Resistir, lutar, é a sua poesia...
Deverei a cuia e a bomba repassar?

Mas, ai! b
alanço entre os extremos,
De uma aceitação meio passiva
E uma rebeldia, assim, dos demos...

Tanto faz que me reserve ou que me doe
Oscilando, racional e instintiva...
Assim tenho eu vivido, Deus perdoe!