sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Orgulho (de Alma Welt)

Um dia me vi diante do espelho
Qual se espectro fosse de mim mesma.
Estava, só, perdida, no vermelho,
E meu pobre rosto uma abantesma.

Quanto duras e persistes, ó vaidade!
Logo ali estava eu a retocar-me
Com vistas a um rolê pela cidade
Com intenção explícita de dar-me...

Então, logo, na areia movediça,
Puxei-me de mim pela metade
Que já conhecia da minha missa...

Miserável criatura, tão carente!
Como persiste o orgulho, na verdade,
A ponto de ofertar-me de presente...

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16/12/2016

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