sexta-feira, 27 de abril de 2012














Vôo Noturno - gravura em metal de Guilheme de Faria, 1968


Vôo noturno (de Alma Welt)

Meia noite, começa a revoada,
Grandes asas contra o disco da lua
Eu percebo, e não é a passarada,
Que essa há muito dorme, não flutua.

E o grito que por uns momentos ouço
Causa-me arrepios como assombro.
E olhando aquilo tudo com esforço,
Vejo o casarão tornar-se escombro...
Quem é ele, este pássaro gigante
E esse que o monta, capa ao vento,
Qual saído de um círculo de Dante?

Como fora uma perdida abantesma,
O remorso, a pena e o tormento
Compartilho de almas como eu mesma...

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