quinta-feira, 26 de maio de 2016

Velhos amores (de Alma Welt)



Já cultivei demais velhos amores
Que se desgastaram com o tempo
A custa de remendos e rancores
E erros, desculpas, contratempo.

Não posso concertar um verso só
Dos poemas que com eles redigi,
O melhor das rimas falsas e do pó
Que a vida me legou, já percebi...


Entretanto os tenho ainda em mim,
Que se tornaram em gesto e sangue
E portanto em verso e lírica por fim.

Raízes, funda lama e morno porre,
A vida é rica e vária como um mangue,
Já posso esquecê-los, nada morre.

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26/05/2016

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