quarta-feira, 18 de maio de 2016

A Sibila de Cumas (O pedido) (de Alma Welt)

                                         A sibila de Cumas - Michelangelo (Capela Sistina)


A Sibila de Cumas (O pedido) (de Alma Welt)

Eu me aproximei do umbu-pampeiro
E logo na primeira e final prece
Pedi só juventude e com dinheiro
E que seja eterno e nunca cesse.

Mas não implorei a mocidade pura
Para eu não cair numa armadilha
Como a cumana e sibilante criatura
Pr'a quem a juventude era uma ilha.

Pois como a eternidade sem frescor,
Sem a sabedoria é uma "roubada",
(perdoai-me a gíria velha e o humor),

E então, exigiu-me certa lábia,
Coisa nunca vista ou imaginada
Pedi ao Pampa a juventude sábia...


18/05/2016


Nota
A Sibila de Cumas na Antiguidade era considerada como a mais importante das dez sibilas conhecidas. Era também conhecida como a Deífoba - palavra que significa deidade, ou que tem a forma de deusa. Apolo era o deus que inspirava as profecias das sibilas. À Sibila de Cumas consta que havia prometido realizar um grande desejo. A Sibila então colocou um punhado de areia em sua mão e pediu-lhe para viver tantos anos quantos fossem as partículas de terra que tinha ali. Mas esqueceu-se de pedir, também, a eterna juventude, assim foi que com os anos tornou-se tão consumida pela idade que teve de ser encerrada no templo de Apolo em Cumas. A lenda diz que viveu nove vidas humanas de 110 anos cada. Encerrada numa jaula no templo, encarquilhada como uma bruxa de mil anos, só conseguia murmurar: "Quero morrer".

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