segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Anti-brinde (de Alma Welt)



Acovardar-me no último momento,
Temo, Senhor, malgrado as preces minhas
Pois o que me assusta o pensamento
É um parreiral medonho e suas gavinhas

Que produz o vinho amargo avinagrado
Com que brindamos o fim desta jornada
Que nos leva ao mesmo humano fado
Que é nossa passagem para o Nada.

E se nosso destino é mesmo esse,
Senhor, deixai que eu brinde ao meu soneto:
Foi com ele como se me abastecesse...

Deixai também que eu faça um anti-brinde
Rogando a Vós, Senhor, neste terceto:
Afastai de mim o cálice e então vinde

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