sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Revelações (de Alma Welt)

A que comparo o soneto a que me entrego,
A uma lira ou à flauta de um pastor?
Talvez pastor, mas o cão guia de cego,
O soneto é que me leva aonde eu for.

Meu soneto faz perguntas que não tenho
E dá respostas ao que nunca procurei;
É mais sábio, mais curioso, e franze o cenho
Para aquilo que imagino que já sei...

Também por isso não começo o meu dia
Sem um verso que antes não havia,
Absurdo que pareça num relance...

É que a névoa da manhã se abre aos poucos,
E se o primeiro não for sensato lance,
Faço coro com os raros e os loucos...
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01/01/2021

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