quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Soneto da Quarta-feira (de Alma Welt)

Apreciava sobretudo a quarta-feira
De cinzas e com a súbita tristeza
De quem cai na real ou está na beira,
Como quem para dançar subiu na mesa...

Meu avô boche me dizia: "Ai de ti,
Se colocares a saia na cabeça,
Tendo ingerido champanha ou Parati,
Não esperes que depois te reconheça."

Mas pobre de mim, e quem me dera!
Eu era sóbria, recatada até demais,
E o Carnaval, uma espécie de quimera.

Minha avó dava risinhos de ironia
Pois sabia do meu navio no cais,
Em cuja mesa eu sonhava e escrevia...

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14/02/2018

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