domingo, 2 de outubro de 2016

Meu corvo (de Alma Welt)

                      Alma Welt na colina dos Mortos - óleo s/ tela de Guilherme de Faria

Meu corvo (de Alma Welt)

Ariscas que são, as horas voam,
Que fluidas nos escapam pelos dedos;
E as badaladas finalmente soam
De nossa meia noite, auge dos medos.

A vida é um conto de Allan Poe,
Mestre supremo dos horrores
De quem melhor discípula não sou
Mas que é um dos meus amores...

Entretanto tenho um corvo que me segue
E que muitos amigos não duvidam
Que ele os meus sonhos também negue. *

E assim caminho viva sobre os mortos,
Auscultando a terra escura onde lidam,
Como eu talvez sonhando novos portos...

.
02/10/2012

Nota
* Que ele os meus sonhos também negue - Alma alude ao corvo do famoso poema The Raven.(O Corvo) de Edgar Allan Poe ( pronuncia-se Pou) que pousado num busto de Palas Atenas, a cada pergunta do poeta sobre a sua amada, respondia somente: "Nevermore" (Nunca mais!)

Nenhum comentário: