domingo, 10 de fevereiro de 2013

Tempo e coração (de Alma Welt)



Foto de Felipe Arozi
 
Tempo e coração (de Alma Welt)

Ó Tempo, desfila em minha varanda
Mas não me transforma o coração
Que permanece de guria e pouco anda
Me mantendo sentadinha na estação


A esperar o trem das novidades
Como se o mundo só mudasse alhures
E eu, aqui, na espera e nas saudades,
Que dessa nem espero que me cures...

Mas, coração, passageiro ensimesmado,
Liberta os olhos de passadas águas,
Que não passas d'um narciso debruçado,

E deixa-me ir ao léu com o trenzinho
Às terras onde nem existem mágoas,
Nem é mais verde o pasto do vizinho...

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