quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O Pinóquio de saias (de Alma Welt)


 
O Pinóquio de saias (de Alma Welt)

Os meus sonetos são meus confidentes;
Indiscretos, eu sei, passam adiante
Os meus segredos quando ainda quentes
E os antigos guardados numa estante,

Que da alma, plena de mistérios,
Revelados não perdem o encanto
A julgar por meus seis leitores sérios,
E mais uns dois ou três fiéis se tanto.

Báh! Às vezes, desolada, me dou conta
De que vivo um permanente solilóquio,
Que não passo por certo de uma tonta.

E que, eu, perdida em minha herdade,
De saias sou uma espécie de Pinóquio
Almejando ser guria de verdade...
 

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