terça-feira, 14 de agosto de 2012

A Rendeira (de Alma Welt)

A Rendeira, 1664, de Vermeer de Delft 

 A Rendeira (de Alma Welt)

Vivo só para servir a minha alma
E deixá-la fazer o que não pude
Nos versos que produzem minha calma
E equilibram minha ânsia e inquietude.

Mas devo confessar: nada me basta,
E sob a placidez desta coxilha
Dorme o vulcão de uma alma casta
Que anseia emergir como uma ilha.

Tanto amor pra dar! Tanto desejo
Contido na amplidão de campos lisos,
E que de mencioná-lo tenho pejo

Pois os peões já notam, como as prendas
Que ao passar por mim sufocam risos
Pelo fiar e desfiar das minhas rendas...

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