terça-feira, 22 de agosto de 2017

A rosa flutuante (de Alma Welt)

                                                   A rosa meditativa - de Salvador Dalí

A rosa flutuante (de Alma Welt)

E de repente me encontrei no turbilhão,
Mas não havia um belo Malatesta. *
Abraçava a mim mesma sem mais chão,
E sozinha estava só com minha testa.

Era, pois, meu destino de amorosa:
Solidão, solidão e um grande abraço
No ar, como sem haste a pura rosa
Flutuando absurda em pleno espaço...

Nesse momento perguntei à Divindade,
Onde estava o amor que me cabia
Em sofrimento ou clandestinidade?

E Deus me respondeu: "Ó Alma ingrata!
Dei-te o eterno abraço da Poesia...
Do que pensas tu que Amor se trata?"

.
22/08/2017

Nota
*E de repente me encontrei no turbilhão,
Mas não havia um belo Malatesta - Alma alude à punição dos amantes clandestinos Francesca da Rímini e Paolo Malatesta, que assassinados, foram condenados a voarem eternamente abraçados, num turbilhão sem pouso, no Canto V, do Inferno, da Divina Comédia, de Dante Alighieri.

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