domingo, 30 de setembro de 2012

A Tecelã (de Alma Welt)



                                           A Bela Adormecida- Foto de Eugenio Recuenco

A Tecelã (de Alma Welt)

Para sentir a vida miro a Morte
Sempre muito aproximada, tentadora,
Não como ameaça ou simples corte,
Bem mais como uma interlocutora...

Dela ouço estórias de arrepio
E noto-lhe a constante ironia
Com que carda e esgarça o fio
Enquanto sua roca roda e fia...

E admiro ser também a tecelã
Que produz a nossa vã tapeçaria
Destecendo o trabalho da manhã...

Mas temo, numa noite qualquer dessas,
Pretendente de que não se desconfia,
Ela mesma cobrará minhas promessas...
 

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