domingo, 2 de agosto de 2020

Soneto de Quarentena (de Alma Welt)

Pra navegar neste mar de incertezas
É preciso confiar em portulanos
Ou seguindo as antigas correntezas
Apostar nas velhas lendas e arcanos.

E no auge do torpor das calmarias
Até contar com canto de sereias
Como alívio para o tédio destes dias
Em que sequer calçamos nossas meias...

Quarenta dias no Dilúvio vai a Arca,
Quarenta anos os hebreus peregrinaram,
Quarentena nos persegue e é a marca.

Ó Senhor, dai-me fé ou mais constância
Porque a vida nada é que me contaram
E não flui como lembro em minha infância...

.
02/08/2020

Nenhum comentário: