sexta-feira, 30 de março de 2018

A falsa paz (de Alma Welt)

Sempre senti que paira uma ameaça
No ar, em meio a paz deste jardim,
E diante de uma nuvem má que passa
Eu perguntava à minha avó, assim:

"Nenhum alarma nem flâmula se alça
E mal ouvimos o rangido da porteira.
Vó Frida, por quê a paz me soa falsa?
Por quê razão não a sinto verdadeira?"

E a velha zombeteira e perspicaz
Piscou o olho fazendo uma careta,
E disse: "Alma, pergunte ao capataz."

"O Galdério é que sabe dos rumores
E ouve primeiro o rufo dos tambores
E muito longe o sopro da corneta..."

.
30/03/2018

Nenhum comentário: