terça-feira, 25 de junho de 2013

O Eterno Retorno (VI) (de Alma Welt)



           
                                                        pintura de Tom Roberts

O Eterno Retorno (VI) (de Alma Welt)

Retornaremos sempre ao que amamos
Pois não temos outro porto de chegada.

Se não mais nos aprouver o que herdamos,
O barco em que vogamos leva ao nada.

A viagem é inútil só de ida,
Pois que essa é travessia solitária.
Se não tiveres raízes na partida
Então és mais pobre do que um pária.

“O quê, então, cara Alma, preconizas?”
(assim me perguntou um hospedeiro)
“Jamais deixar o lar e suas divisas?”

“Ir-se, sim”, digo eu, “contra a corrente,
Conferindo cada dia do roteiro
Com as águas perfeitas da nascente...”

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