terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Jogral (de Alma Welt)

Para prosseguir minha jornada
Lanço mão de certos artifícios,
Não os da vaidade declarada
De que dispenso os sacrifícios,

Mas plantar sementes no agora
Dos frutos do porvir, a macieira
Dos pomos dourados de uma aurora
Vislumbrada por mim a vida inteira,

"Eis a maior vaidade!" -vós direis-
"Tudo é vão, na morte tudo finda,
Até o fausto e poder de antigos reis!"

Mas eu, ainda guria, constatei
Que o jogral do rei o canta ainda,
Eis o poder maior que já encontrei.

(sem data)

Nenhum comentário: