segunda-feira, 14 de julho de 2014

Não mais miro poentes (de Alma Welt)


Não mais miro os poentes reclinada
Na cadeira de balanço da varanda,
Nem passeio a esmo pela estrada
Onde a memória viva ainda anda;

Não mais na coxilha escrevo versos
A saltar pequenas poças de manhã
Onde nascem os sonetos controversos,
Testemunhos finais de meu afã;

Não mais tenho estes meus cabelos louros
Longos, ruivos ou dourados, nunca soube,
Despertando olhares vivos entre os mouros;

E eis-me triste e velha dama espectral
De vasta e branca cabeleira que me coube
Quando as flores desertaram meu quintal...

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