segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ícaro (de Alma Welt)


                                      A queda de Ícaro - Pieter Bruegel 1558

Ícaro (de Alma Welt)

Grandes ratos roem a vida se o deixamos:
O medo, ciúme, ódio... tão mesquinhos.
São pestes por princípio e acalentamos
No seio qual serpentes nos seus ninhos...

Descartemos a baixeza que nos puxa
Para baixo qual pseudo gravidade
Atua sobre a forma mais gorducha.
Não basta o peso físico da idade?

Mas saltar, voar, abrindo nossas asas,
Prerrogativa final do nosso instinto
Que um dia construiu mais do que casas

Com penas de corujas, cera ou breu,
E falhando despencasse ao mar Egeu,
Quis chegar ao sol, de um labirinto…

Nenhum comentário: